quarta-feira, 21 de maio de 2008

Palácio da Vila

Localizado na freguesia de S. Martinho, é um dos monumentos mais importantes da vila de Sintra. Trata-se de um palácio que construído em várias épocas.
Não se conhece quando se iniciou verdadeiramente a sua construção, embora alguns historiadores admitam que poderá ter tido o seu começo numa fortificação muçulmana.

Este monumento – tal como vemos actualmente – teve a sua primeira fase no século XV pela vontade do Rei D. João I, que deu inicio à sua construção. No século XVI, durante o reinado de D. Manuel I passou-se à 2ª fase, podendo afirmar-se que tanto nesta fase como na 1ª fase de construção foram as mais importantes na edificação do palácio. Ambas são influentes dos estilos árabes e europeus, sendo as chaminés cónicas produto deste último estilo.
Entre o século XVI e a segunda metade do século XIX o palácio foi sendo beneficiado e ampliado por vários monarcas que o tomaram como residência, embora outros o tenham completamente esquecido. Após o terramoto de 1755 o Marquês de Pombal mandou restaurá-lo, uma vez que o edifício sofreu graves danos.
Nos últimos anos do regime monárquico foi a residência de verão da rainha, a última habitante do Paço da Vila de Sintra.

Quanto à sua caracterização arquitectónica, a planta é complexa, organizando-se em "V", é constituída sobretudo por paralelepípedos, sendo a cobertura efectuada por múltiplos telhados diferenciados.
Tem exteriormente altas chaminés cónicas, o alçado principal está organizado em três corpos, sendo o central mais elevado. Existe ainda uma arcaria com quatro arcos quebrados, encimada por cinco janelas. As outras frentes do edifício apresentam uma complexa articulação de corpos salientes, destacando o volume cúbico da Sala dos Brasões.


As divisões internas reflectem núcleos organizados em torno de pátios. Neste belo palácio destaca-se a Sala dos Archeiros, a Sala Moura (ou dos Árabes), a Sala das Pegas, a Sala dos Cisnes e a Sala dos Brasões — que ostenta a representação das armas de 72 famílias nobres portuguesas e dos oito filhos de D. Manuel I — a Sala das Sereias e a Sala da Audiência.

A capela, de planta rectangular e nave única, tem os muros revestidos por pintura ornamental e tecto de madeira. Na cozinha, são visíveis arranques octogonais das monumentais chaminés.

Parque de Monserrate

Francis Cook foi o responsável pela construção do magnífico parque, onde as plantas exóticas, trazidas de todas as partes do mundo e plantadas pelo Inglês James Burt, se misturam com a vegetação criando assim um dos mais belos parques românticos do mundo.

Neste jardim destaca-se o Vale dos Fetos originário da Nova Zelândia e da Austrália. Aqui encontramos um acesso à capela, esta modificada por Francis Cook com o objectivo de assemelhá-la a uma ruína romântica. De seguida, encontramos o Vale do México onde existe a árvore de maior porte do parque.

Palácio de Monserrate

A história de Monserrate remonta à época em que Portugal se encontrava sob o domínio dos Mouros. Um cavaleiro moçárabe, que vivia na colina onde se situa actualmente o palácio, entrou em conflito com o alcaide do Castelo dos Mouros e, num duelo entre ambos, acabou por morrer. Terá sido sepultado na colina, e posteriormente venerado como um mártir. O nome de Monserrate aparece em 1540, quando o religioso Frei Gaspar trouxe para Sintra uma imagem de Nossa Senhora de Monserrate, depois de uma peregrinação ao ermitério Beneditino de Monserrat, na Catalunha.

Em 1718, a família Mello e Castro compra a propriedade e Monserrate é incorporada no morgadio de D. Caetano de Mello e Castro, Vice-Rei da Índia.
Entre 1790 e 1794, Gerard DeVisme, rico comerciante inglês, arrenda a propriedade e manda construir uma vivenda acastelada de estilo neogótico. Este pouco tempo residiu em Monserrate, acabando por subarrendar a propriedade e todas as suas benfeitorias ao escritor William Beckford, considerado o mais rico inglês do seu tempo. Usou uma pequena parte da sua fortuna, para efectuar algumas obras no palácio e suas dependências e para criar um jardim paisagístico. Em 1799, deixa definitivamente o nosso país e Monserrate é totalmente votada ao abandono.
Em 1809, o poeta Lord Byron classifica o local como “o primeiro e o mais lindo lugar deste reino”, apesar do seu patente declínio.
Em 1855, a família Melo e Castro vendeu Monserrate a um outro inglês, o comerciante Francis Cook, que revitaliza de novo a propriedade, com obras no palácio e a construção de um exótico jardim.

O Palácio foi embelezado na fachada exterior, com colunas de mármore, janelas com múltiplos relevos e cúpulas pertencentes aos estilos gótico e mourisco. O recorte dos arcos, os quatro pequenos minaretes, que fazem parte do corpo central são do estilo hindu. No tecto dos corredores, uma impressionante sucessão de lâminas em pedra rendilhada.
No interior, a exuberância decorativa dos estuques e capitéis caracterizam o carácter orientalizante do palácio, nomeadamente na Galeria e na Sala de Música. Existe um rendilhado em pedra nas portas e janelas, no biombo recortado com fina renda e na escada com corrimão.

Castelo dos Mouros

A verdade histórica sobre a edificação do Castelo dos Mouros perdeu-se nos séculos, admitindo alguns historiadores que possa ter acontecido por volta do séc. VIII, durante o período da ocupação visigótica.
A partir das primeiras provas documentais apontam para uma outra ocupação – a muçulmana – que permaneceu na península por bastantes séculos, utilizando esta fortaleza em seu proveito.
Em 1093, D. Afonso VI, Rei de Leão, tomou Sintra e o seu castelo aos muçulmanos, mas por pouco tempo. Dois anos mais tarde, Sintra voltou ao domínio dos árabes.
Será contudo em 1147, após a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, que o castelo de Sintra passa em definitivo para a posse de um povo cristão.

À medida que a reconquista cristã ia avançando no terreno, para o sul, esta fortaleza ia perdendo importância estratégica, até ao seu abandono total.
O terramoto de 1755 foi o grande causador da elevada degradação deste monumento, e só em 1839, durante o reinado de D. Maria II, o seu marido D. Fernando mandou executar as necessárias obras de restauro.
Esta fortificação foi construída sobre um pico rochoso da serra de Sintra, de onde se podem desfrutar os longínquos horizontes e a bela paisagem da região.

O castelo é composto por 450 metros de perímetro, construídos por um conjunto de muralhas e 5 torres, dos quais se destaca a mais elevada – a torre real – à qual se acede por uma escadaria com 500 degraus. Consta que o escritor do séc. XVI Bernardim Ribeiro terá vivido nesta torre vários anos.

No interior do monumento, próximo do portão de armas, situam-se as ruínas da antiga capela, de estilo românico, dedicada a S. Pedro de Penaferrim. Foi D. Afonso Henriques que em 1154 mandou construir esta capela para a entregar como prémio aos trinta “povoadores” do castelo que tiveram a seu cargo a guarda da fortaleza.

Por último, próxima da Igreja de S. Pedro de Canaferrim situa-se uma cisterna abobadada, de dimensões e singularidade arquitectónica da época da ocupação muçulmana.